As sementes do Instituto Favela da Paz foram plantadas há 27 anos quando Claudio Miranda começou a tocar samba com os seus amigos na favela Jardim Ângela em São Paulo. O grupo criou seus instrumentos usando lixo, metal e baldes reciclados pois eram os recursos que poderiam utilizar para iniciar o movimento de pacificação da região, mas esse talento para práticas sustentáveis se expandiu, gerando uma banda de samba chamada Poesia Samba Soul e uma comunidade sustentável conhecida como Favela da Paz.

Inspirado por uma visita realizada em 2009 ao Tamera, “Centro de Educação e de Investigação para a “Utopia Concreta” em Portugal, Claudio Miranda fundou o Instituto Favela da Paz, uma organização guarda-chuva que abriga a banda Poesia Samba Soul, e o seu estúdio de gravação; Periferia Sustentável, um projeto ambiental educacional iniciado em 2010 que oferece visitas e aulas sobre como replicar o seu modelo comunitário; um núcleo de tecnologia para formação de jovens, e o Projeto Vegearte, uma iniciativa educacional para promover o uso de alimentos saudáveis e o uso de biogás para cozinhas sustentáveis.

Com o crescimento do Instituto, tornou-se imprescindível a criação de um novo espaço que tivesse capacidade de abrigar hoje, os 9 núcleos que o Instituto oferece a população local além de absorver uma relação com o entorno capaz de criar uma sensação de pertencimento e possibilitar uma melhor qualidade urbana para a considerada utopia de integrar a favela à cidade. Foram adicionados ao projeto do edifico a requalificação do entorno e a conexão pelo viário revitalizado entre a antiga sede e a nova, transformando o lugar acessível e um grande laboratório de sustentabilidade urbana no “ambiente” cidade.